Outro Conto...

Grande parte dos leitores, que apreciam a literatura nacional conhecem o conto " A Cartomante" de Machado de Assis. Em uma idéia que para uns pode ser ridícula e para outros interessante, reescrevemos o conto de um ponto de vista bem particular, como se a história acontecesse na nossa querida Imperatriz-MA e é claro nos tempos modernos, e é você quem dirá o que achou da idéia. Confira:

Cheiro de Pólvora 

- Ora! Pare com isso. Não estamos fazendo nada de errado. Estamos apenas tentando ser feliz sem magoar ninguém. 

- Tenho tanto medo do que pode acontecer. Não quero perder você. 

Camilo pegou-lhe nas mãos e olhou nos olhos dela e jurou que a amava muito.

- Temos que ser mais cautelosos. Precisamos arranjar um outro lugar para nos encontrarmos, por aqui moram muitos conhecidos de Vilela. 

Imaginei que ela ia falar mais alguma coisa, mas não, despediram-se com um caloroso abraço. O lugar onde se encontravam era logo ali próximo ao mercado velho na Nova Imperatriz, tinham alugado uma casa, e nela colocaram para morar uma prima de Rita para evitar desconfianças. Rita saiu primeiro, foi em direção à Av. Bernardo Sayão. Camilo esperou mais uns vinte minutos e saiu, foi em direção a Quinta do Jacó. 

Vilela, Camilo e Rita, três nomes, uma aventura e nenhuma explicação das origens. Vamos a ela. Os dois primeiros eram amigos de infância. Vilela cursou direito, mas acabou sendo delegado da polícia federal. Camilo seguiu carreira política mesmo contra a vontade dos pais, já havia ocupado algumas secretarias na prefeitura de Imperatriz, por hora fazia ás vezes de assessor parlamentar. Em 2007, Vilela estava trabalhando em Minas Gerais até pedir para ser transferido para Imperatriz. Quando mudou, Camilo procurou –lhe uma boa casa no Jardim Três Poderes.

Então, você é o grande amigo? – Perguntou Rita, estendendo-lhe a mão. Não imagina como meu marido é seu amigo; falava sempre de você. 

Camilo e Vilela olharam-se com ternura. Eram grandes amigos. Depois, Camilo falou para si que a mulher do Vilela era incrivelmente linda. Ao olhar para ela pela segunda
vez não pôde conter um galanteio, apenas com o olhar. Ela recebeu com discreta satisfação. E foi assim que as coisas começaram a acontecer. Ao meio da tarde ela ligava para o Vilela, avisava que ia para academia. Ia encontrar-se com Camilo na casa da prima. Amavam – se loucamente durante as tardes. 

Um dia a prima de Rita ligou para o Vilela, estava desesperada. Haviam arrombado a sua casa, Vilela foi até lá disse que pagaria para que fosse instalado um sistema de segurança na casa, a prima de Rita disse que não sabia como mexer com essas coisas, Vilela lhe disse que não se preocupasse, que ele cuidaria de tudo inclusive do sistema de monitoramento da residência que seria acompanhado diretamente de seu escritório. 

O inevitável aconteceu. Vilela ao ver um dos encontros não pôde conter-se, sem falar nada saiu de seu escritório foi para a casa da prima de Rita. Encontrou-os na cama, ela gemia. A pistola já estava em sua mão, foi silencioso e sorrateiro aproximou-se cama. Um tiro certeiro na cabeça de Camilo. Um grito feminino. Outros 5 tiros. Silêncio. 

Marcos Antonio da Silva e Silva

4 comentários:

Thadeu Augusto disse...

Ficou muito bom! Morei cinco anos há uma quadra no Mercado Velho então me situei perfeitamente bem no cenário. =)

Ficou legal mesmo! Mas acho que ficaria mais legal se o último parágrafo fosse uma transcrição do Correio Popular.. kkkkkk

Valew Marquinhos

leandro_HBL disse...

Pense!!!
na historia... Você já dá para ser escritor... kkk
Brincadeira mano!

Eu nem me admiro vc sempre foi um bom escritor...
Abração

Marcos Antonio disse...

Obrigado amigos!

Bill disse...

Achei interessante como você usou as tecnologias atuais, e como conseguiu colocar a história dos personagens num contexto atual!

Muito bom!

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